inédita 2 Canção para uma virgem qualquer

 

 

 

 

 

Menina de escuro

Figurinha mansa

Teu calmo olhar puro

No longe descansa

 

Porque a figurinha

De cera e cetim

Feneces sozinha

No roxo jardim

 

E vestes de escuro

Já é Primavera

Não olhes o muro

Com ar de quem espera

 

Acaso a tua alma

Ficou-se na infância

Não há nessa calma

Qualquer febre ou ânsia

 

Não tens namorado

Ninguém te beijou

Beijar é pecado

Quem ama pecou

 

Mas olha que a vida

Não é um jardim

Menina vestida

De negro cetim

 

 

 

 

 

 

Caixa de texto: "La poésie portugaise de nos jours et de toujours – 2" 
 Edição espanhola de 1973

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

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Poesia de

Daniel Filipe

 
luis cilia