2a – O Conde Niño

 

 

 

 

Romance recolhido no século XIX.
 


Vai o Conde, Conde Niño
Seu cavalo vai banhar,
Enquanto o cavalo bebe
Cantou um lindo cantar.

- Bebe, bebe meu cavalo
Que Deus te há-de livrar
Das desgraças deste mundo
Dos trabalhos d'além mar.

- Acorde oh! linda princesa
Ouve tão doce cantar:
Ou são os anjos do céu
Ou a sereia no mar.

- Não são os anjos no céu
Nem a sereia no mar:
É o Conde, Conde Niño
Que contigo quer casar.

Palavras não eram ditas
El-rei de lá a bradar:
- Se ele quer casar contigo
Vou mandá-lo já matar.

Quando lhe deres a morte
Manda-me a mim degolar
Que me enterrem mais a ele
Ambos ao pé do altar.

Morreu um e morreu outro
Foram ambos a enterrar:
De um nasceu um pinheirinho
E do outro um pinheiral.

Cresceu um,  cresceram outros
As pontas foram juntar,
Ia o rei para sair
Não no deixaram passar.

O rei então de zangado
Logo os mandava cortar.
Dum correram águas claras
Do outro sangue real.

Num apareceu uma pomba
No outro um pombo trocal.
Estava el rei em palácio
No ombro lhe iam poisar.

- Mal hajam tanto querer
E mal haja tanto amar.
Nem na vida nem na morte
Eu os pude separar.

 

luis cilia

Poesia de

anónimo

 

Caixa de texto: "O Guerrilheiro"

 

 

 

 

 
 

 

 

 

 

 

Esta faixa foi reeditada no disco "Cancioneiro" mas com melhor qualidade sonora. O excerto sonoro aqui colocado é do disco "Cancioneiro".

Canções neste disco:

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